quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Esforço fiscal do governo leva a economia de R$ 5 bilhões

As contas do setor público apresentaram, em agosto, superávit primário ( economia do governo para o pagamento dos juros da dívida pública) de R$ 5,042 bilhões, segundo dados divulgados ontem pelo BC (Banco Central). O valor é quase a metade do observado em igual mês de 2008, quando o esforço fiscal somou R$ 10,084 bilhões, mas é superior ao registrado em julho, quando atingiu R$ 3,180 bilhões.

Segundo o BC, o resultado do mês passado teve contribuição positiva de R$ 3,899 bilhões do governo central e de R$ 1,103 bilhão dos governos regionais, sendo que os Estados tiveram superávit de R$ 813 milhões. Em agosto, houve superávit primário de R$ 41 milhões das estatais, sendo que as companhias federais encerraram o mês com déficit primário de R$ 131 milhões.

No acumulado de janeiro a agosto, o setor público registrou superávit primário de R$ 43,477 bilhões, o equivalente a 2,21% do PIB (Produto Interno Bruto). Em igual período de 2008, o resultado somava R$ 102,854 bilhões - correspondente a 5,42% do PIB.

No acumulado de janeiro a agosto, o superávit primário do governo central totalizou R$ 26,538 bilhões e os regionais R$ 17,220 bilhões.

A relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB ficou estável em agosto, em 44%, segundo os dados do BC. Em termos nominais, ela somou, no mês passado, R$ 1,289 trilhão, ante R$ 1,283 trilhão em julho. Em dezembro de 2008, a dívida representava 38,8% do PIB e, em termos nominais, somava R$ 1,153 trilhão.

A dívida bruta do governo geral (federal, Estados e municípios, excluindo BC e empresas estatais) somou, em agosto, R$ 1,952 trilhão, o equivalente a 66,6% do PIB. Em julho, essa dívida estava em R$ 1,908 trilhão (65,5% do PIB).
Fonte: Diário do grande ABC

domingo, 19 de julho de 2009

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O MOVIMENTO DOS PIONEIROS E OS SEUS IDEAIS


O movimento dos pioneiros, encabeçado por Fernando de Azevedo e por mais 26 educadores, levantou a bandeira contra a escola elitista e o modelo acadêmico tradicional patrocinado pela Igreja Católica que o monopolizava. Tal atitude revolucionária levantou discussões acaloradas entre os educadores envolvidos e os setores conservadores católicos, para os quais apenas a educação baseada na doutrina cristã era verdadeira. O Manifesto dos Pioneiros representa uma ação vigorosa e corajosa contra a arbitrariedade do ensino confessional católico elitista e fomentador da desigualdade social, bem como uma resposta à necessidade de reformas educacionais urgentes que se coadunassem com os ideais da Democracia e da modernidade.


Segundo Aranha e Helena Bomeny, o documento elenca algumas idéias importantes para o processo educacional, são elas:

A educação obrigatória, pública, gratuita e leiga como um dever do Estado, a ser implantada em programa de âmbito nacional. Critica o sistema dual, que destina uma escola para os ricos e outra para os pobres, reivindicando a escola básica única.1

Ao ser lançado, em meio ao processo de reordenação política resultante da Revolução de 30, o documento se tornou o marco inaugural do projeto de renovação educacional do país. Além de constatar a desorganização do aparelho escolar, propunha que o Estado organizasse um plano geral de educação e defendia a bandeira de uma escola única, pública, laica, obrigatória e gratuita.2


Na visão dos educadores reformistas, a escola devia sofrer um processo de laicização e todas as camadas da sociedade deveriam ser beneficiadas por tais transformações. O"otimismo pedagógico" que norteava as ações de oposição à caducidade do sistema vigente era influenciado pela necessidade de adequação aos aspectos desenvolvimentistas perceptíveis no início do Século XX, pelo Pragmatismo de John Dewey, do qual Anísio Teixeira, um dos intelectuais do movimento sorveu a longos haustos e também pelas teorias positivistas de Durkheime.


No Manifesto dos Pioneiros, redigido pelos intelectuais brasileiros insatisfeitos com o cenário de indiferentismo do Governo Federal diante das questões educacionais de então, estavam escritas as principais idéias e princípios para pressionar os mandatários da nação a implementar um plano educacional que atendesse às exigências da modernidade e aos princípios constitucionais democráticos de igualdade, sem acepções. Além disso, também reivindicou a destinação das verbas públicas para a escola pública, e não para as instituições privadas.


Estas discussões acaloradas sobre o papel do Estado nas questões educacionais possibilitaram, ainda que modestamente, um avanço para as aspirações idealistas nutridas pelos intelectuais envolvidos com os movimentos sociais que reivindicavam mudanças estruturais drásticas que permitiram um sério diálogo com os diversos setores da sociedade à época. O Manifesto ganhou repercussão ao ser publicado na mídia não especializada em 1932, e rapidamente tornou-se público em todas as esferas sociais, como nos diz Paschoal Lemme:

O Manifesto apareceu na imprensa diária, não especializada, em março de 1932. Posteriormente, em junho desse mesmo ano, foi publicado um volume pela Companhia Editora Nacional, de São Paulo, precedido de uma introdução redigida por Fernando de Azevedo e seguida por algumas apreciações críticas de vários comentaristas e por um Esboço de um Programa Educacional Extraído do Manifesto, em dez itens.3

Além de Paschoal Lemme, Rosimar Serena Siqueira Esquinsani, em artigo, faz menção à cobertura da imprensa nacional e regional sobre os embates entre os intelectuais do Manifesto e os setores da Igreja Católica contrários às idéias inovadoras e reformuladoras do movimento batizado como Escola nova, ela escreve:

Em meio a esses fatos, a imprensa nacional, e sul-rio-grandense em especial, “deliciou-se” com dezenas de artigos noticiando o andamento dos debates, expondo opiniões dos envolvidos, abrindo espaço para pronunciamentos sobre o assunto, enfim, produzindo um rico material e legando ao futuro a possibilidade de análise e participação no “caso”. 4


OBJETIVOS ALCANÇADOS

Depois deste período de acirradas escaramuças entre os personagens envolvidos na questão, ou seja, de um lado os líderes do Movimento dos Pioneiros e do outro os setores conservadores da Igreja, ocorreu a promulgação da Constituição de 1934, que em parte respondeu aos clamores e anseios daquela época. Se analisarmos o texto outorgado pela Constituição, perceberemos que as pressões dos intelectuais influenciaram a sua redação, porque os artigos da carta, a saber: o Art.149 e o Art.156 correspondem exatamente aos objetivos pretendidos pelos Pioneiros, ou seja, um ensino público, laico, obrigatório e gratuito patrocinado e custeado pelo Estado. Para efeito de comparação, vejamos alguns itens levantados por Paschoal Lemme extraídos de sua análise do Manifesto:

a) a educação é considerada, em todos os seus graus, como uma função social e um serviço essencialmente público que o Estado é chamado a realizar com a cooperação de todas as instituições sociais;

b) cabe aos Estados federados organizar, custear e ministrar o ensino em todos os graus, de acordo com os princípios e as normas gerais estabelecidos na Constituição e, em leis ordinárias pela União, a que competem a educação na capital do País, uma ação supletiva onde quer que haja deficiência de meios e a ação fiscalizadora, coordenada e estimulada pelo Ministério da Educação;

c) o sistema escolar deve ser estabelecido nas bases de uma educação integral; em comum para os alunos de um e outro sexo e de acordo com suas aptidões naturais; única para todos e leiga, sendo a educação primária gratuita e obrigatória; o ensino deve tender gradativamente à obrigatoriedade até 18 anos e à gratuidade em todos os graus. 5


OS RETROCESSOS DE 1937


Apesar de todas as lutas e oposições sofridas pelos pioneiros do movimento Escola Nova para por em prática os seus projetos pedagógicos inovadores e do êxito parcial conquistado com a inserção de suas propostas educacionais nos artigos constitucionais da Carta Magna de 1934, que não foram cumpridos na íntegra, os intelectuais enfrentaram os revezes do período ditatorial do governo de Getúlio Vargas denominado Estado Novo.

Neste período de grande conturbação e repressão impingidas pelo autoritarismo getulista, muitas conquistas amealhadas em 34 foram varridas para baixo do tapete e uma nova Carta Constitucional que ignorava os direitos anteriormente assegurados foi outorgada. A nova constituição eximia o governo de aplicar recursos à educação bem como consolidava a desigualdade social e a exclusão das camadas mais pobres da sociedade a um ensino igualitário e de qualidade. O governo de Getúlio Vargas deu maior ênfase ao ensino particular, eximindo-se assim do papel de mantenedor da educação pública gratuita. Priorizou um ensino segmentado em classes distintas, perpetuando a segregação e a discriminação das parcelas desprivilegiadas da população. Vejamos o que nos diz Veronese e Vieira:

Concedeu-se grande privilégio ao ensino particular. Exemplo disso é a subsidiariedade do ensino público em relação ao ensino privado. A preferência pelo ensino particular demonstrava a intenção do governo getulista em se eximir da responsabilidade no que tange à matéria educacional. A educação tornara-se, deste modo, responsabilidade exclusiva das famílias e da sociedade civil. No texto constitucional não havia nenhuma indicação de recursos a serem utilizados pela União e pelos Estados na criação e manutenção dos sistemas de ensino. Para que os objetivos político-econômicos da gestão de Getúlio Vargas fossem plenamente realizáveis, deu-se preferência ao ensino profissionalizante das classes menos favorecidas. Esta “preferência” demonstrava uma política educacional totalmente discriminatória: aos pobres era oferecido ensino profissionalizante e aos ricos cabia o privilégio de freqüentar uma escola secundária voltada à formação intelectual da elite. Depreendesse da leitura do art. 129 da Constituição de 1937 a opção pela distinção na educação de ricos e pobres.6

A Ditadura Militar, como temos visto, criou profundos entraves aos processos democráticos e educacionais brasileiros, impossibilitando que o país avançasse no que diz respeito à produção do conhecimento e desenvolvimento de um projeto palpável e eficaz de ensino que alavancasse a sociedade, sobretudo, dos excluídos das camadas mais pobres aos mecanismos de ruptura dos laços do ostracismo cultural herdado de nosso passado colonial de subserviência e dominação portuguesa.

BIBLIOGRAFIA:

1 ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Historia da Educação. Ed.rev.atual. São Paulo:
Moderna, 1996.


2 BOMENY, Helena. O "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova e suas Repercussões na Realidade Educacional Brasileira. Disponível em:< %20acessado%20em%2013/03/2009">http://www.cpdoc.fgv.br/nav_jk/htm/jk_main.htm/%20>%20acessado%20em%2013/03/2009

4ESQUINSANI, Rosimar Serena Siqueira. A Recepção Regional ao Debate que Precedeu a LDB 4.024/1961. Disponível em: <http://www.smec.salvador.bahia.gov.br/> Acessado em: 14/03/2009.


3LEMME, Paschoal. O "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. R. Bras.Est.Ped, Brasília, v.86, n.212,p.173, Jan./abr. 2005.Disponível em:
<%20Acessado%20em:%2013/03/2009">http://www.inep.gov.br/download/70Anos/Texto_Paschoal_Lemme.pdf%20>%20Acessado%20em:%2013/03/2009


5LEMME, op.cit. p.174.


6 VERONESE, Josiane Rose Petry; VIEIRA, Cleverton Elias. A Educação Básica na Legislação Brasileira. Seqüência, Santa Catarina, v.47, p.104, 2006. Disponível em: www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php/sequencia/article/view/1245/1241> Acessado em: 14/03/2009.

REFLEXÕES EM FREIRE II

Paulo Freire, em linhas gerais, usa um discurso pedagógico que revela a realidade em que vivem os dominados, ou seja, em seu estado de mais completa subserviência e inação diante dos discursos ideológicos, e da manipulação descarada dos dominadores perpetuando o seu status quo numa sociedade de oprimidos e explorados.

Os discursos nessa sociedade dissonante e moldada por entraves sócio-culturais não resolvidos esbarram numa problemática canhestra e ao mesmo tempo sórdida que mascara intenções e maquia os verdadeiros interesses por trás dos propósitos institucionais vigentes. Diante deste quadro de prestidigitação e engodo erguido e insuflado pelos detentores do suposto ‘saber’, levantam-se vozes firmes, quase proféticas, para levantar a mão corajosamente e dizer na cara dos falastrões dessa elite hipócrita que a educação só é possível quando destituída de pressupostos de raça, de posição, de estirpe, de elitismos, etc. Porque o saber se dá e se processa em comunhão e no reconhecimento de que todos fazem parte de uma fraternidade, de uma confraria de destituídos de si mesmos, de sonhadores libertários.

Um dos primeiros aspectos da dominação perpetrados pelos homens sobre os outros homens se inicia na domesticação das mentalidades com o único propósito de anular a própria vontade do individuo de querer a mudança para si mesmo. Os mecanismos usados para tal empreitada encontram-se disfarçados no falso discurso que pressupõe que o ato de criticar ou se opor a determinado sistema de idéias estabelecido é uma subversão, um levante sedicioso ao poder vigente ou a autoridade vigente.

Este aspecto tão aviltante do controle exercido por uns sobre outros é perceptível na conjuntura dos tempos, sobretudo, em um sistema educacional que devido a sua caducidade e anacronismo, persiste em manter os indivíduos marionetizados e inteiramente à mercê de sua própria inabilidade para lidar com questões que envolvam certa criticidade ou pensamento de oposição diante do que não concordam.

A anulação das consciências através de maneirismos e estratagemas perfeitamente urdidos com um intuito de impedir que os homens pensem é um fato inegável corroborado pelos métodos de educar reprodutivistas e pela ação daqueles que, julgando-se educadores, transportam seu habitus adquirido ao longo de todo o seu processo de ensino para criar uma geração de anencéfalos funcionais, que por não saberem pensar, tornam-se os idiotas úteis que mantém em funcionamento as engrenagens da involução cultural e do medo de se colocar como indivíduo que faz e que é em um sentido mais amplo de existir como pessoa humana.

Este existir em seu sentido mais lato só acontece quando não se tem medo da liberdade, de dizer o que se pensa, ainda que este pensamento deixe chocados a muitos e atraia a intransigência de outros por seu radicalismo e contundência. Para Paulo Freire, ser crítico é não ter medo da liberdade, mas sim posicionar-se com consciência diante dos grandes desafios que estão diante de nós.

Para ele a conscientização, diferente do que pensam os arautos do não pensar, é o caminho que conduz a libertação dos extremismos e fundamentalismos exacerbados. Quanto mais conscienciosos são os homens, quanto menos ufanistas e fanáticos serão. Freire ( 1987, p12) declara: “Na verdade, porém, não é a conscientização que pode levar o povo à “fanatismos destrutivos”. Pelo contrário, a conscientização, que lhe possibilita inserir-se no processo histórico, como sujeito, evita os fanatismos e o inscreve na busca de sua afirmação”.
FLEIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido.17 .ed.Rio de Janeiro, Paz e Terra,1987.

DILEMAS EDUCACIONAIS

Por que participar dos processos educacionais se os mesmos são determinados por manipulação para perpetuar a condição de poder e a desigualdade? Esta é uma pergunta assaz emblemática, porque encerra uma questão ainda não resolvida em nosso país e que diz respeito ao modo como a educação é perpetuada pelas elites com a simples finalidade de reproduzir apenas um modelo de dominação e controle sobre as massas.

O fato de existirem classes sociais dominantes e desigualdade em nossa pátria reforça o argumento de que muitas ações governamentais são apenas uma cortina de fumaça que visam, ipsis literis, contribuir para a domesticação do povo e a repetição dos mecanismos de poder que embargam o desenvolvimento; e,que, por sua vez criam estorvos à emancipação dos indivíduos das malhas do sistema.

Mas, a questão que se levanta como objeção maior é: por que participamos da educação se ela está atrelada a estruturas despóticas que cultuam o atraso e a subserviência das plebes? É momentoso questionar e problematizar essas causas devido ao grau de verdade que elas encerram quando nos alertam da existência de um complô à liberdade e à ascensão dos indivíduos a condições melhores de desenvolvimento intelectual, social e econômico. No entanto, é importante destacar que a participação de todos nós envolve uma questão norteadora e indivisível como disse Freire: “A educação é inevitável”.

Quando encaramos por esse prisma a questão educacional vigente, levantamos uma outra objeção que por seu escopo de argüição e confronto com a realidade abre as portas para um debate consciente que nos leva a idéia tênue de que podemos reinventar a educação nos nossos moldes, ou seja, resignificá-la de maneira mais humana, menos mecanicista e despótica. Isto porque sonhamos ainda com um modelo libertário de ensino que capacite os homens a pensar e viverem sob a égide da liberdade. Não é utópico pensar dessa maneira e, nem tampouco, contraditório afirmar que podemos criar um novo mundo onde a educação sirva ao homem e não o homem a ela.

Precisamos desmistificar ou dessacralizar a educação colocando-a ao nível humano e não considerando-a uma divindade de adoração inalcançável e tirânica que cria ilusões utópicas nos indivíduos e os marionetiza para serem meros reprodutores do sistema ou os “idiotas úteis” do intricado jogo social onde as cartas já estão marcadas de antemão. Na verdade, precisamos descer a educação dos altares sistêmicos da dominação e dos andores sórdidos da ideologia despótica que avilta e tira dos homens a possibilidade de serem eles mesmos num universo de ações transformadoras. Os idola formadores de ilusões precisam ser derrubados de seu pedestal e os processos de aquisição de conhecimento demitificados para atenderem a realidade de se estar mundo e de se fazer parte dele como ator.

Os processos para a aquisição de tais possibilidades certamente esbarrará em muitas barreiras ideológicas e interesses contrários às mudanças. Todavia, a luta contra esses agentes deve ser mantida até o fim como uma forma de contestação e reconhecimento de que sem lutas ou oposição, a vitória se torna inglória e sem razão.


quinta-feira, 26 de março de 2009

PLANO DE AULA

Disciplina: Ciências
Assunto: A fauna aquática da lagoa de Araruama
Série: 2a Ano: 2009 - turma: 202
Ensino fundamental
Duração: 1:00

1) Objetivos Gerais:

Ø O aluno, ao final da aula, deverá conhecer as diferentes espécies de peixes e crustáceos que povoam a lagoa de Araruama;
Ø Familiarizar-se com a diversidade marinha de sua região;
Ø Aprimorar seus conhecimentos sobre a importância de preservar o meio-ambiente;

2) Objetivos específicos:

Ø O aluno será capaz de distinguir uma espécie da outra e as suas diferentes peculiaridades;
Ø Enumerar as espécies existentes nesse habitat;
Ø Fazer desenhos no caderno ou em folha específica sobre o que aprendeu durante a aula;

3) Conteúdos:
Os peixes e os crustáceos da lagoa de Araruama e o seu habitat.

2) Metodologia:

a) Fundamento teórico:

Esta aula se basea no Método Comeniano de observação dos objetos diretamente através de demonstrações práticas que permitirão ao aluno assimilar o conteúdo dado por meio das faculdades dos sentidos e do contato com os seres da natureza.

b) Estratégia:

1° momento: Apresentação das diferentes espécies em um vídeo no computador;
2°momento:Explicação do conteúdo do vídeo;
3° momento: Trabalho com pintura e desenho;

c) Recursos didáticos:

Vídeos, gravuras,quadro,lápis de cor canetinha, folhas.


3) Avaliação:

Oral e escrita através de leitura das imagens dadas e da produção de desenhos e pinturas com o tema proposto em aula.

4) Bibliografia:

HAIDT, Regina Célia Cazaux.São Paulo: Ática,1994.

Prática, Reflexão e Ação

Diante das novas realidades educacionais vigentes e dos desafios apresentados no cotidiano escolar de nosso tempo, o professor precisa estar contextualizado com os paradigmas culturais em ebulição, e, sobretudo, embasado numa reflexão pormenorizada de sua própria práxis. A necessidade de se repensar a prática docente no afã de se alcançar objetivos palpáveis na esfera da ação de educar, transcende indubitavelmente todos os esforços institucionais e teóricos; pois é na práxis que o verdadeiro educador reflete o sucesso ou o fracasso de sua metodologia.

Educar, portanto, constitui-se acima de qualquer conceituação como ato de profunda reflexão e preparo docente, tendo como alvo específico produzir resultados dinâmicos e transformadores na vida de outras pessoas. Uma ponderação mais detida e profunda sobre a questão educacional contemporânea nos fará entender que ensinar envolve além de preparo intelectual, intenso engajamento do profissional envolvido. Caso contrário corre-se o risco de se repetir as mesmas experiências frustrantes de muitos educadores, que relapsos no que tange ao aprimoramento de suas técnicas e aquisição de capital cultural sólido, sofrem os revezes de suas próprias práticas não afeitas aos aspectos dinâmicos da evolução do conhecimento humano.

A necessidade de repensar a própria prática, segundo o autor, caracteriza o bom profissional de educação, que não mede esforços para alcançar objetivos sadios no terreno em que outros por negligência ou por não estarem a par de sua própria limitação, não conseguiram êxitos dignos de nota. Essa pertinácia em se alcançar um resultado inédito ou mesmo permanecer numa posição de busca de excelência para se alcançar metas pretendidas, não faz desse ou daquele educador melhor do que os outros. A diferença está basicamente no nível de compreensão que esse tem dos seus limites enquanto educador, e na persistência desprendida pelo mesmo para reverter a sua própria condição de incipiência diante da problemática apresentada no contexto docente.

Os métodos nem sempre são eficazes em certas situações. As teorias também podem ser inócuas diante de certas dificuldades apresentadas por determinado aluno em sala de aula, o que demandará do educador um certo amanho empírico para tratar a deficiência de maneira que a dificuldade seja superada e o educando possa vencer sua própria deficiência diante do problema que se lhe afigura como barreira à aprendizagem. Experiência e capacidade crítico-reflexiva podem dar a direção correta para se estabelecer a verdadeira práxis que delimitará a eficiência do método ou a sua deficiência em criar um ponto de contato professor-aluno que remova os obstáculos existentes.

O aluno que não teve acesso à escola em sua infância, e, que, por isso, precisa freqüentar uma classe de EJA; certamente precisará contar com a boa disposição do professor para orientá-lo sobre os caminhos para a aquisição dos saberes necessários para que ele domine a leitura e a escrita. Mais do que isso, ele necessitará de um profissional sensível a sua dificuldade, como também inteiramente capacitado para compreendê-lo em sua carência educacional e lhe propor o melhor caminho para saná- la. Somente um profissional que reflete a sua prática e a contextualiza de forma continua com a realidade hodierna pode encarar esse desafio sem desanimar.

segunda-feira, 23 de março de 2009

OS DESCAMINHOS DA CULTURA

Num primeiro momento, somos confrontados com a realidade multiforme do conceito de cultura, suas complexidades, aplicações e problemáticas inerentes aos seus aspectos sócio-históricos e educacionais envolvidos. Algumas questões são levantadas e ponderadas detidamente sobre a importância da cultura em suas mais variadas nuances e a sua restrita proximidade com as concepções educacionais que se sucedem e perpetuam-se ao longo dos séculos.

A dificuldade de análise de tão vasto e inesgotável tema é verificada, exatamente, devido à imensidade de informação existente no universo em que a cultura esta inserida; e também pelos desníveis perceptíveis no processo de assimilação e valorização desses dados em sua contemporaneidade dentro do contexto da educação brasileira em seus mais variados níveis. Como pensar a educação, portanto, diante desse mar de possibilidades infinitas de manifestações de cultura e da diversificação ramificada dessa cultura ao longo de todo o transcurso do desenvolvimento humano na conjuntura do tempo histórico em que a mesma ocorre e se transforma de acordo com as influências internas e externas que sofre?

Esta questão pode ser respondida da seguinte forma: permitindo que a cultura seja livre para ser o que é em sua dinâmica capacidade de se recriar em um mundo de possibilidades infinitas de atuação. As ingerências que a cultura sofre dos mecanismos de perpetuação de valores herdados e que se posicionam absolutos e impositivos sobre as flexibilizações culturais que se dão com o avanço da modernidade, criam entraves às novas maneiras de se comportar diante da cultura e ao mesmo tempo resignificá-la.

Na verdade, a Cultura de um povo e as suas mais profundas manifestações não são um invólucro fechado sobre o qual não se possa intervir e condicionar à maleabilidade das transformações que se dão no mundo e nos próprios homens. Caso contrário, a própria manifestação cultural uma vez cristalizada e hermeticamente fechada às metamorfoses temporais, tornar-se-ia anacrônica e completamente afeita à caducidade e ao esquecimento. A inovação e os acréscimos culturais, observados alguns critérios, permitem que os valores culturais se reinventem e se dinamizem.

A transmissão da cultura pode se dar de uma forma ou de outra por meios alheatórios ou conscientes. Nem sempre, todavia, o processo de aculturação ou o aculturamento de um povo reflete verdadeiramente a sua vontade recíproca e cordata diante do processo de assimilação de determinada cultura. Obviamente que a existência de inúmeras culturas coexistindo em um mesmo ambiente sócio-histórico tende a criar um espécie de embate cultural que pode descambar em extinção ou substituição de tal cultura por uma subcultura ; e, ainda, pode ocorrer a prevalência da cultura dominante sobre a dominada.Nestes casos usa-se, portanto, os instrumentos da beligerância e do poder para impor-se sobre os que, na visão dos que impõem, são considerados inferiores e, por isso, devem aceitar sem resistência os valores, os hábitos, a língua e a própria ideologia imposta.

Os europeus, por exemplo, no esforço de “humanizar” os silvícolas sul-americanos, lançaram mão de expedientes catequéticos com intuito de transmitir instrução segundo os seus moldes. Neste caso, não houve um troca cultural; mas, sim, uma arbitrariedade sobre o direito de escolha e um desrespeito à cultura desconsiderada. No colonialismo europeu, iniciado na idade moderna, ocorre o aniquilamento da cultura indígena, com suas repercussões negativas( massacres, subserviência, escravidão), para dar lugar aos processos civilizatorios segundo os padrões europeus. O fato histórico dessa dominação e desrespeito impositivos visualizados em nosso passado colonial, repercute de modo significativo no falso discurso de igualdade e direitos iguais dentro dos processos educacionais brasileiros. Basta olharmos para os cargos de alto nível de nossa nação e percebermos quem de fato os ocupa. Se a educação é um direito e, portanto, é assegurada a todos; por que ainda prevalecem os altos índices de analfabetismo e exclusão em um país que supostamente se considera democrático?

Há de se considerar que a conjuntura favorece os que perpetuam o status quo na sociedade, a quem não interessa que as massas tenham acesso aos processos de letramento e absorção cultural. Quanto mais ignorância e desigualdade, pouco ameaçados estarão os herdeiros do espólio colonialista e despótico desta nação de excluídos e parias sem qualquer representação social.


domingo, 22 de março de 2009

REFLEXÕES EM PAULO FREIRE

Em sua concepção bancária da Educação, Paulo Freire, revela o lado conteudista e reprodutivista do ensino. Sua visão crítica apresenta o atual modelo de docência como mero reprodutor de conceitos e reverberador de uma ação docente embasada no objeto passivo, ou seja, tem o aluno como mero receptáculo de conteúdos, anulando-o como indivíduo pensante capaz de interagir com o professor na ação de produzir o conhecimento.

Esta reflexão levanta questões muito profundas sobre a maneira como o ensino é transmitido, e, de como esse mesmo ensino é assimilado pelo educando. Considerando que o professor conforme nos descreve o escritor é a peça fundamental do processo em detrimento dos alunos, “ objetos pacientes, ouvintes” ( Freire, 1987, p. 33); o ensino é apenas um depositar contínuo de informações que seguem sempre uma mesma direção traçada metodologicamente com a finalidade de conceder aprendizagem por meio da memorização e repetição daquilo que foi depositado na mente dos alunos.

Segundo Paulo Freire, essa narrativa ininterrupta de conteúdos que é apresentada pelos educadores aos alunos, inviabiliza o processo de troca recíproca de saberes adquiridos e de crescimento do indivíduo como ser pensante, o que é danoso para o desenvolvimento de uma mentalidade dinâmica e afeita a mudanças paradigmáticas. Nesta visão, o sujeito que se deixa encher como mero recipiente de vontades alheias é o escravo-sujeito da ação desastrosa dos agentes do não pensar.

O instrumento capaz de criar a mudança dentro desta concepção seria a ação de ser, de estar imiscuído no processo como ator e não como ouvinte. Os alunos devem ser reconhecidos como pessoas que fazem, que criam, que transformam-se através da dialética professor-aluno num intercambio de possibilidades infinitas. Caso contrário, afirma Freire (1987, p.33): “não há criatividade, não há transformação, não há saber”.

A Educação que aliena o indivíduo da realidade de produzir o saber, de se portar como um dos atores do processo é tudo menos Educação. Como o próprio Freire(1987, p33) define: “verbosidade alienada e alienante. Daí que seja mais som que significação”. A apresentação de conteúdos de aprendizagem que visam apenas reproduzir as verdades que o professor concebe como absolutas e inalteráveis, sem espaço para a discussão ou para a discordância dos mesmos, em vez de possibilitar a dinamicidade da produção do conhecimento, engessa as mentes e torna o educando um fantoche obediente e passivo diante de seu mestre – ’poço profundo de conhecimento’!

Uma das palavras que se encaixam perfeitamente nas palavras do renomado mestre em foco, seria o termo alteridade. Somente o reconhecimento das possibilidades do outro, da humanidade do outro, das capacidades do outro poderiam fazer a diferença no processo de educar. A Educação que desumaniza o sujeito cria mentes robotizadas, incapazes de reagir criticamente no mundo; e, portanto, objetos da manipulação e do controle dos que se julgam os donos do saber.

A educação bancária de Freire aponta para a coisificação do ser humano através da manutenção da idéia de que alguns são mais sábios( professores) e os outros ignorantes(alunos). Os primeiros, por esta razão, precisam transmitir seu conhecimento porque se julgam superiores aos demais, perpetuando desta maneira o que Freire(1987, p.33) classificou de: “ideologia da opressão, absolutização da ignorância e alienação da ignorância”.

Tal educação, segundo o autor, é a arma dos opressores e a mola mestra que sustenta toda engrenagem de controle e domínio na sociedade. Enquanto existirem os ingênuos adestrados pelos experts ultramegasábios, que no afã de perpetuarem sua ação despótica, criam meros depositários de conteúdos sem nenhuma criticidade; existirá uma sociedade inebriada por um assistencialismo barato e insano, e também por uma ‘generosidade hipócrita’ - carro chefe dos mantenedores do atraso e da incipiência das massas desqualificadas para o jogo dos tempos hodiernos.
FLEIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido.17 .ed.Rio de Janeiro, Paz e Terra,1987.