quinta-feira, 26 de março de 2009

Prática, Reflexão e Ação

Diante das novas realidades educacionais vigentes e dos desafios apresentados no cotidiano escolar de nosso tempo, o professor precisa estar contextualizado com os paradigmas culturais em ebulição, e, sobretudo, embasado numa reflexão pormenorizada de sua própria práxis. A necessidade de se repensar a prática docente no afã de se alcançar objetivos palpáveis na esfera da ação de educar, transcende indubitavelmente todos os esforços institucionais e teóricos; pois é na práxis que o verdadeiro educador reflete o sucesso ou o fracasso de sua metodologia.

Educar, portanto, constitui-se acima de qualquer conceituação como ato de profunda reflexão e preparo docente, tendo como alvo específico produzir resultados dinâmicos e transformadores na vida de outras pessoas. Uma ponderação mais detida e profunda sobre a questão educacional contemporânea nos fará entender que ensinar envolve além de preparo intelectual, intenso engajamento do profissional envolvido. Caso contrário corre-se o risco de se repetir as mesmas experiências frustrantes de muitos educadores, que relapsos no que tange ao aprimoramento de suas técnicas e aquisição de capital cultural sólido, sofrem os revezes de suas próprias práticas não afeitas aos aspectos dinâmicos da evolução do conhecimento humano.

A necessidade de repensar a própria prática, segundo o autor, caracteriza o bom profissional de educação, que não mede esforços para alcançar objetivos sadios no terreno em que outros por negligência ou por não estarem a par de sua própria limitação, não conseguiram êxitos dignos de nota. Essa pertinácia em se alcançar um resultado inédito ou mesmo permanecer numa posição de busca de excelência para se alcançar metas pretendidas, não faz desse ou daquele educador melhor do que os outros. A diferença está basicamente no nível de compreensão que esse tem dos seus limites enquanto educador, e na persistência desprendida pelo mesmo para reverter a sua própria condição de incipiência diante da problemática apresentada no contexto docente.

Os métodos nem sempre são eficazes em certas situações. As teorias também podem ser inócuas diante de certas dificuldades apresentadas por determinado aluno em sala de aula, o que demandará do educador um certo amanho empírico para tratar a deficiência de maneira que a dificuldade seja superada e o educando possa vencer sua própria deficiência diante do problema que se lhe afigura como barreira à aprendizagem. Experiência e capacidade crítico-reflexiva podem dar a direção correta para se estabelecer a verdadeira práxis que delimitará a eficiência do método ou a sua deficiência em criar um ponto de contato professor-aluno que remova os obstáculos existentes.

O aluno que não teve acesso à escola em sua infância, e, que, por isso, precisa freqüentar uma classe de EJA; certamente precisará contar com a boa disposição do professor para orientá-lo sobre os caminhos para a aquisição dos saberes necessários para que ele domine a leitura e a escrita. Mais do que isso, ele necessitará de um profissional sensível a sua dificuldade, como também inteiramente capacitado para compreendê-lo em sua carência educacional e lhe propor o melhor caminho para saná- la. Somente um profissional que reflete a sua prática e a contextualiza de forma continua com a realidade hodierna pode encarar esse desafio sem desanimar.

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